Jackie Estacado é um sujeito interessante. Abandonado em um orfanato, logo foi adotado por Frankie Franchetti, o chefão da máfia em Nova Iorque. O moleque passou a trabalhar como um membro do grupo e quando completou 21 anos descobriu que carrega consigo o poder de invocar as trevas.
Confesso nunca ter lido a graphic novel The Darkness, mas após passar algumas horas no jogo de mesmo nome e mesmo sem saber se ele é fiel a fonte inspiradora, estou encantando com sua ambientação e principalmente seu enredo. Embora o jogo tenha alguns defeitos, como a jogabilidade meio truncada e as expressões faciais bastante artificiais, está difícil deixar de querer saber o que acontecerá com o protagonista.
O que gostei no jogo também é como ele foge do lugar comum dos FPSs, tendo na verdade “poucas” sequências de ação e sendo quase um Adventure em primeira pessoa, nos obrigando a ir de um lugar a outro para cumprirmos certos objetivos banais, como visitar a namorada ou apenas ter que pegar o metrô para encontrarmos com algum personagem e com exceção dos tentáculos sobrenaturais que Estacado carrega consigo, tudo é bastante realista.
Um bom exemplo disso está nos aparelhos de televisão que encontramos pelo cenário. Se você tiver um pouco de paciência, pode ficar vários minutos na frente deles assistindo os mais variados programas, filmes e desenhos animados e mostra o cuidado da equipe de produção com os pequenos detalhes.
The Darkness não é um jogo perfeito e talvez não retrate da forma adequada o quadrinho, mas se você procura um shooter um pouco mais inteligente, onde o importante não é atirar em tudo o que se move e que possui um dos melhores enredos do gênero, vale a pena dar uma chance a esta criação da Strabreeze Studios.