No dia 06/06/2015 finalmente, após anos de resistência, caiu o último baluarte da solteirice da minha turma. Defronte a 200 convidados, casei e assumi a loucura que é a vida a dois (não necessariamente nessa ordem). Dizem que há vida após o casamento, bom, daqui a um ano conto para vocês, mas por agora Fabiana e eu estamos organizando o nosso cantinho e as dívidas.
Eu sou um clássico agóstico-ateísta-não-praticante. Nasci em lar evangélico, fui criado como bom moço durante anos acreditando na existência de forças sobrenaturais, Papai Noel, Coelho da Páscoa, Saci Pererê e Político Honesto, até um dia que resolvi me dar o benefício da dúvida. Não fico totalmente sobre o muro, ACHO que se algum ser celestial existir, ele tem mais o que fazer do que se preocupar com um carinha fora de forma que gosta de jogar videogame e pensar na vida. Mas, como um cara sensato e pensante que sou, me reservo o direito de um dia pensar diferente.
Por conta disso, dei preferência de escolha à minha esposa, católica e bem praticante. Claro que algumas coisas não poderiam ficar de fora e me casei como um gamer de verdade precisa se casar. A liturgia ecumênica (lembrem-se, minha família é evangélica e a da Fabiana, católica) recebeu alguns elementos de minha personalidade e é uma vida de gamer que merece ser compartilhada.
A começar pela cerimônia, Fabiana optou por um Medley feito com a Marcha Nupcial e colorido com as árias de Ave Maria… mas isso eu conto depois… acho que a ordem cronológica pode dar uma dimensão melhor do que eu quero dizer.
A Liturgia
Eu, vulgo o noivo, entrei com a minha mãe em estilo triunfal, triunfal não, Imperial, a Marcha Imperial de Star Wars, tema de Darth Vader foi a minha música de entrada, os padrinhos entraram ao som de Concerning Hobbits, sim a música tema de O Condado dos Hobbits do filme A Sociedade do Anel e a Fabiana como já relatado, com Ave Maria de Franz Schubbert (fazer o quê, casei com uma historiadora).
Meu sobrinho, o escolhido pajem tentou me alertar do que estava para acontecer, mas eu não dei muita atenção para a plaquinha que ele portava.
Não teve muito jeito, e acabei casando. Quando saí da igreja, fomos aplaudidos ao som de Gonna Fly Now (música tema do filme do Rocky).
A festinha
Nosso bolo de fubá, acompanhado de cajuzinho e risole com refri barato foi bem simples, coisa família mesmo. O topo do bolo era uma corruptela de um casal bem conhecido dos amigos que acompanham o VdG, e claro, como Fabiana não é loira, algumas concessões poéticas foram feitas.
Os padrinhos estavam quase em sintonia e cada um escolheu seu personagem favorito (se bem que alguns não entenderam a proposta).
Para fechar a noite abrimos a pista de dança ao som de Super Mario Theme 🙂
A lua de mel
Viajamos para Foz do Iguaçu, para conhecermos as Cataratas do Iguaçu, ponto turístico obrigatório para qualquer brasileiro (sério, é lindo pra caramba) e uma viagem que deveria durar 4 dias, foi estendida para uma semana inteira.
Sem entrar em detalhes da viagem (escreverei sobre a viagem em outro blog), e pensando no lado gamer, vale dizer que o Terminal Rodoviário do Centro de Foz do Iguaçu está a menos de 10km da Ciudad del Este, Paraguai e menos de 20km da cidade de Puerto Iguazu, Argentina. As cidades são tão próximas que um dia literalmente, tomamos café da manhã no Brasil, conhecemos parte da Ciudad del Este pela manhã e almoçamos no Paraguai, tomamos café da tarde novamente no Brasil e jantamos na Argentina. (Sim, tem um ponto turístico onde é possível se ver os três países ao mesmo tempo).
O Paraguai
Ficando tão pertinho do Paraguai é claro que atravessei a fronteira e aproveitando nossa cota de compras sem impostos, tinha que conhecer uma loja de games 🙂 .
Bom, a coisa é um pouco tensa por lá, pra quem conhece a Uruguaiana e o Infocentro aqui no Rio de Janeiro vale contar que a Ciudad del Este, é uma mistura de um grande camelódromo com o Infocentro, um monte de lojas e shoppings de eletrônicos, roupas, quinquilharias. Têm que se tomar muito cuidado, pois assaltos são frequentes e a malandragem do povo paraguaio é de assustar.
Aliás, na rua que dá acesso à Ponte da Amizade, temos diversos shoppings, ambulantes quem vendem SkyGato (AzBox e AzAmerica), crianças que vendem alfajor da Argentina, e o que mais assustou minha esposa: os guardas dos shoppings usam escopetas para dar segurança ao estabelecimento e em algumas bancas do camelódromo gigante, é possível comprar armas de fogo no meio da rua. É uma terra sem lei.
Tão sem lei, que o preço é negociado dependendo da sua roupa e da sua cara. Perguntei num camelô o preço de uma camisa falsificada da Seleção Argentina (falsificação muito bem feita), e no primeiro momento ele me respondeu que custava R$ 30,00, quando primeiramente desisti da compra por achar o preço alto, ele reduziu para R$ 25,00 e com a minha segunda recusa, ele caiu para R$ 20,00, preço que de fato paguei na camisa.
Algumas lojas são confiáveis, aliás, total elogio (frente àquela realidade) ao Atacado dos Games, uma loja enorme que enche os olhos de qualquer um aficionado pelas 10ª e 11ª artes. Nessa loja, os preços não ficavam afixados aos produtos, mas atendentes atenciosos se esforçavam para nos entender em português e com um sotaque pouco disfarçado, nos respondiam em nosso idioma pátrio. Os preços eram consultados em tablets com um sistema integrado ao estoque da loja, e assim, descobri o preço de alguns itens que não estavam em exibição. Preço aliás que em toda Ciudad del Este é respondido em quatro moedas: Dólar em primeiro momento, Real com forte circulação, Guarani (moeda do Paraguai que equivale a 1/1600 de Real [Sim, com R$ 1,00 compramos G$ 1.600,00]) e bem menos utilizado, o Peso Argentino. Comprei um Wii U ProController original por US$ 49.90 e um Rayman Legends para o Wii U por menos de US$ 18.00.
Quando você faz o pagamento, você é orientado a conhecer a expedição da loja, um balcão no segundo andar onde você mostra a nota fiscal e recebe seu produto. Nada muito diferente das Casas Bahia ou outro varejista brasileiro. Mas o que me chamou a atenção foi um cliente que comprou uma caixa de papelão enorme com vários PS4 (ao custo de R$ 1200,00 por lá) e outra caixa cheia de Amiibos (ao custo de R$ 35,00 cada um, mas que não tinha os que faltavam à minha coleção).
A Argentina
Se o Paraguai se apresentava como uma terra de oportunidades com a nossa “moeda forte” (Vale um adendo, em um dos shoppings que visitei, li uma placa que informava o salário mínimo de um paraguaio de cerca de G$ 1.900.000,00 [um milhão e novecentos mil guaranis]), a Argentina também seria interessante. Converti cada Real para quatro pesos argentinos, e assim tive a oportunidade de um excelente jantar a dois em um restaurante muito chique (para os meus padrões), com música ao vivo, por menos de R$ 70,00 (o casal).
E nesse mesmo dia do jantar chique, conheci o DutyFree. Leia-se, um shopping enorme de produtos importados, muito mais caro que Ciudad del Este, mas ainda assim, achei meu Amiibo do Toad por R$ 60,00, um preço bem mais legal que os R$ 150,00 cobrados pela Saraiva.com
A vida a dois
Finalmente terminamos a mudança e pude me dar um pequeno luxo: na última quinta-feira (02/7) pude me sentar e jogar videogame (Assassin’s Creed IV, lembram dele?) e percebi o motivo do próximo artigo.
Abraço e continuo no próximo artigo!
https://www.youtube.com/watch?v=JtP6e-PCS4g&feature=youtu.be
