A primeira vez que ouvi falar no Everspace fiquei fascinado pelo jogo. Com gráficos muito bonitos e usando elementos de RPGs e títulos no estilo roguelike, explorar seu universo parecia algo muito divertido.
A ideia nele seria nos colocar para pilotar uma espaçonave, com o objetivo de tentarmos ir o mais longe possível e o detalhe é que sempre que morrermos, voltaremos ao início. Isso significa a perda de todos os itens que coletamos durante a investida, exceto os diagramas que eventualmente encontrados, assim como todo o dinheiro achado.
Caberá então ao jogador aproveitar esses recursos para aprimorar sua nave, numa tentativa de se tornar mais forte e assim dar continuidade ao ciclo. Essa mecânica tem a capacidade de se tornar bastante viciante, fazendo com que queiramos jogar apenas mais um pouco para vermos até onde conseguimos avançar e com os estágios sendo gerados aleatoriamente, uma partida nunca será igual a anterior.
Eu demorei a dar uma chance ao Everspace, mas agora que o fiz, estou vidrado no título da Rockfish Games e vivido situações bastante interessantes nele. Abaixo gostaria de descrever uma delas.
Diário de bordo
Tudo caminhava como de costume naquela incursão. Eu saltava de uma região para outra após vasculhar por recursos e derrotar as naves da Okkar, até que cheguei (pela primeira vez) ao terceiro setor.
Assim que minha nave apareceu no local, notei um grande campo de asteroides a minha esquerda e um cargueiro da G&B sendo escoltado um pouco distante. Tratei de disparar uma sonda de pesquisa para saber o que havia disponível por ali e enquanto meu cérebro aceitava a decepção por aquela região estar praticamente vazia, recebi o aviso sonoro de que inimigos fizeram o salto para as proximidades.
Comecei a me preparar para o combate, mas o que eu não poderia imaginar era que, junto com um enxame de naves, uma enorme Corvette as acompanhava e até que eu entendesse o que estava realmente acontecendo ali, posso garantir que apanhei impiedosamente.
Fiz então o que qualquer capitão faria numa situação daquelas, que foi tentar bater em retirada e enquanto fazia isso rumando em direção aos asteroides, procurei abater o maior número possível de inimigos pelo caminho. Porém, nesse processo eu acabei sendo alvejado inúmeras vezes e embora eu tenha conseguido diminuir consideravelmente a ameaça, o saldo foi muito preocupante.
O problema é que a minha nave havia sofrido seríssimos danos e entre eles, os principais foram uma falha no sistema de geração de oxigênio e outra nos sensores. Enquanto o primeiro certamente causaria minha morte a relativo médio prazo, o segundo poderia encerrar minha saga rapidamente, afinal eu ainda estava sendo atacado e sem saber onde estavam os inimigos.
Tentei ignorar o fato de que logo não conseguiria respirar e após me acalmar, tratei de partir para a caça visual das naves da raça alienígena Okkar. Naquela momento restavam apenas duas ou três delas, mas sem o auxílio dos instrumentos, destruí-las foi bastante complicado.
Eventualmente isso aconteceu e enquanto me protegia atrás de uma pedra daquele enorme inimigo que teimava em me atacar a distância, tomei uma dura decisão. Eu não tinha gás para reparar o sistema de oxigênio da nave, então a morte seria inevitável. O que fazer então? A escolha seria Investir com tudo contra aquele colosso e se conseguisse destruí-lo, provavelmente eu conseguiria arrecadar bons créditos e deixar um legado para a geração que me sucederia.
Num primeiro momento, fazer aquilo parecia loucura, mas eu tinha uma carta na manga: a ARC-9000, uma poderosíssima arma que pode ser descrita como uma espécie de bomba atômica. Porém, a navega carrega apenas uma ogiva, o que me deixava com a certeza de que não poderia errar — e a esperança de que a explosão fosse suficiente.
Contudo, a falta de sensores ainda me preocupava e faltando apenas dois nano bots para repará-los, tratei de me dirigir para os destroços de uma nave que vislumbrei após uma rápida busca pelos arredores. Rumei naquela direção rezando para não dar de cara com mais forças Okkares e ao chegar lá, tive a sorte de encontrar justamente o que precisava.
Com a nave reparada, rumei em direção à missão suicida e quando os lasers verdes começaram a ser disparados contra mim, tratei de avançar um pouco mais e apertei o gatilho. O tempo que levou até que a ARC-9000 atingisse o alvo pareceu uma eternidade, mas quando isso aconteceu, a onda de choque se espalhou por todas a direções e o que eu temia aconteceu: o alvo ainda permanecia funcionando (muito abalado, é verdade, mais ainda conseguindo me atacar).
Naquele ponto não havia volta, então tratei de disparar misseis e tiros com minha metralhadora na maior velocidade possível e após alguns segundos, aquele enorme inimigo acabou não resistindo. Infelizmente não obtive tantos crédito pela vitória quanto imaginava e com a reserva de oxigênio estando abaixo de 40%, só me restava saltar para outro lugar.
Fiz isso e na nova região consegui finalmente encontrar uma reserva de gás, o que me permitiu consertar o sistema de oxigênio quando ele estava perto de acabar. Minha aventura então seguiu, mas não demorou para que eu encontrasse meu inevitável destino, que era virar poeira estelar como todos os meus antepassados e o que aconteceu com eles, talvez eu conte por aqui noutra oportunidade.