Quando há meses coloquei as mãos no Book of Demons pela primeira vez, confesso que não sabia o que esperar. Sem ter ouvido falar do jogo até então, o que primeiro chamou minha atenção foi o seu visual, que me lembrou aqueles livros pop-up. O que eu não sabia porém é existia muito mais a ser aproveitado ali.

Descrito pelo estúdio Thing Trunk como um Hack & Slash, Book of Demons funciona como um Diablo onde o nosso personagem se move por um trilho e se num primeiro momento essa “limitação” pode parecer estranha, não demora muito para nos acostumarmos e até entender que esta foi uma escolha de design que se encaixa muito bem com a proposta do jogo — lembre-se, a aventura se passa num livro.

Outro ponto em que o game tira proveito dessa estética é na movimentação dos personagens. Tanto os heróis quanto os monstros se movem pelos estágios como se fosse meros bonequinhos, saltitando para lá e para cá como se estivessem num jogo de tabuleiro. Isso dá um ar todo especial ao jogo e mesmo podendo parecer uma saída preguiçosa por parte da desenvolvedora, na verdade foi uma ótima maneira de aumentar a imersão.

No jogo deveremos explorar as assustadoras masmorras que estão sob a Catedral Velha, com o objetivo final sendo salvar o mundo conhecido como Paperverse do mal, que aqui é conhecido como Arquidemônio. Para isso teremos um vasto deck de habilidades à nossa disposição, com cartas podendo ser coletadas conformes exploramos as fases e escolher as melhores para cada situação poderá ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso.

Mas quando se trata de apontar uma dos principais qualidades do Book of Demons, acho que nada supera a sua geração aleatória de fases e a possibilidade de definirmos o tempo que elas durarão. Graças a um sistema proprietário que o estúdio batizou como Flexiscope, nunca veremos dois calabouços iguais, além de nos permitir encarar uma aventura que dure o tempo que tivermos disponível. Só pode encarar cinco minutos? Sem problemas. Prefere passar um bom tempo enfrentando monstros? Ótimo!

Outro ponto positivo dessa mecânica é que com o tempo o game vai aprendendo a nossa forma de jogar, adaptando as missões da melhor maneira possível e tornando-o extremamente acessível. E até por contar com uma jogabilidade um tanto simples, se tem uma coisa que o Book of Demons pode ser considerado é um título para quase qualquer tipo de jogador e nunca considerarei isso algo ruim.

Tendo ficado disponível por um bom tempo como em Acesso Antecipado, hoje o título finalmente recebe a sua versão “final” e com isso espero que a desenvolvedora tenha a oportunidade de levar o Book of Demons para outras plataformas. De acordo com os criadores, uma versão para o Xbox One está nos planos, mas já pensou algo assim no Nintendo Switch? Acho que faria um sucesso gigantesco.

 

PS: por se tratar de um jogo com um estilo tão diferente, pode ser que nem todos gostem da proposta do Book of Demons e por isso é muito bom saber que a Thing Trunk disponibiliza uma demo. Para baixá-la, basta clicar neste link.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.