Eu já declarei em inúmeros textos o quanto gosto dos jogos em duas dimensões e o principal motivo está na beleza que pode ser encontrada nos gráficos pixelados, como os do Mega Drive ou Super Nintendo. Talvez seja apenas saudosismo da minha parte, mas acredito que exista todo um charme nas imagens daquela época e torcia para que o 2D chegasse à alta definição.

Recentemente terminei no PlayStation 3 o jogo Shank da Klei Entertainment e posso dizer que ele foi responsável por me fazer ficar em dúvida sobre um dos motivos que me faziam aceitar a maioria dos jogos atualmente serem feitos em 3D. Sempre me pareceu óbvio que o uso dos polígonos em parte seria explicado por um suposto barateamento do desenvolvimento e na economia de trabalho, já que bastaria criar um personagem e depois animá-lo via software, sendo que no 2D tudo tinha que ser feito quadro a quadro.

A parte de criação não é muito minha área e talvez eu esteja falando besteira, mas isso explicaria porque desenvolvedoras antigas como Konami e Capcom, que até a geração do primeiro PlayStation começar, só criavam jogos assim, terem praticamente abandonado esse estilo de jogo. No entanto, como uma produtora independente consegue financiamento para criar um jogo tão bonito?

ShankEmbora sua jogabilidade consiga divertir, com uma mistura entre shooter lateral e beat ‘em up, tenha um ótima trilha sonora e um enredo capaz de segurar a onda, não há como negar que sua principal característica são os gráficos, algo como um desenho animado dirigido pelo psicótico Quentin Tarantino.

Mesmo adorando mundos em três dimensões de um Red Dead Redemption ou Bioshock, é muito bom ver que ainda existem pessoas dispostas a manter o 2D vivo, seja com gráficos cheios de detalhes como o Shank, seja com jogos retrô e seus pixels “estourados”.

PS: Esqueci de dizer que os caras perderam uma ótima chance de incluir no game uma conquista chamada “Bring out the Gimp“.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.