Seja a primeira vez que nos deparamos com um enorme colossus, quando um cachorro morto-vivo nos surpreende entrando por uma janela ou mesmo ao descobrimos que a princesa está em outro castelo, o fato é que os games estão cheio de momentos capazes de nos deixar perplexos e que ficam marcados em nossa memória, algo que aconteceu recentemente comigo enquanto eu jogava o Forza Motorsports 4.
Depois de dedicar algumas horas a este que considero o melhor game de corrida que já joguei e gastar quase todo o dinheiro que ganhei nas provas em novos carros – algo que precisa ser dito, se torna uma enorme obsessão – me dei conta de que eu não tinha nenhuma Ferrari em minha garagem virtual.
Aquilo me fez correr para a loja para ver se os poucos trocados que me restavam permitiria a aquisição de um carro da montadora italiana e acabei optando pela belíssima F355 Berlinetta.
É claro que eu queria ver qual seria a sensação de pilotar um monstro desses e escolhi como cenário a antiga pista de Le Mans e após esperar o jogo carregar, já na primeira curva percebi que manter o veículo sob o asfalto não seria muito fácil.
Aqui cabe uma ressalva, eu sei que essa Ferrari está muito abaixo dos carros mais rápido do game, mesmo porque é um modelo antigo, mas leve em consideração que se tratava do automóvel mais potente que eu já havia posto as mãos e assim se torna mais simples entender a dificuldade que encontrei.
Bom, voltando ao meu test drive, as próximas curvas serviram para que eu me habituasse a F355, até que cheguei no ponto que eu mais esperava, uma enorme reta que me permitiria levar o carro ao limite e foi então que me lembrei das palavras ditas na abertura do game, onde o narrador afirma que nós, os fãs da velocidade, somos uma espécie em extinção.
Jogando com a visão do cockipt, como sempre faço, logo comecei a ver o cenário passando extremamente rápido pela janela e só conseguia pensar em como o carro parecia estar grudado no chão. O barulho de vento que saia da caixa de som deixava claro que eu estava rápido, muito rápido e a velocidade ainda podia ser sentida na trepidação do volante do automóvel.
Mesmo sabendo que qualquer menor movimento poderia me fazer voar em direção ao muro e que tirar os olhos da pista seria muito arriscado, eu precisava saber qual velocidade já havia atingido e com uma olhadela percebi que o velocímetro havia ultrapassado a marca de 290km/h, mas confesso que esta foi a última vez que conseguir averiguar.
Como normalmente acontece, aquele momento durou apenas poucos segundos, mas foi o suficiente para me fazer sentir, mesmo que virtualmente, qual seria a sensação de acelerar um carro a uma velocidade muito além do que seria minimamente seguro e ali ficou claro para mim que é por essas experiências que continuo adorando os videogames.