Acho que não é exagero dizer que a relação entre os heróis dos quadrinhos e os videogames sempre foi um tanto turbulenta, pois se alguns estúdios nos deram o prazer de experimentar obras como um Batman Arkham City ou um X-Men Mutant Apocalypse (Super Nintendo), há uma infinidade de títulos que só serviram para na frustrar.

Por isso eu nunca gostei de criar qualquer tipo de expectativa em relação a esse tipo de jogo e quando a Activision anunciou que incumbiria à Raven de criar o X-Men Origins: Wolverine, eu devo ter sido apenas um entre milhares de pessoas que não apostavam na combinação “editora que visa o lucro + estúdio experiente em FPSs + adaptação do cinema” e infelizmente eu deveria ter me mantido assim.

Digo isso porque após ouvir alguns elogios em relação ao jogo e testar sua demonstração, resolvi que ele merecia uma chance e recentemente senti uma súbita vontade de jogá-lo, mas o que no início parecia muito divertido acabou me deixando com a sensação de que continuar me dedicando a ele seria uma tarefa dolorosa.

X-Men Origins: Wolverine é um bom jogo, não há como negar isso, mas a produção está tão cheia de problemas que é difícil não se irritar. Para começar, o game está repleto de bugs, principalmente de colisão de objetos e não se passam muitos minutos até que vejamos um personagem ficando preso na parede ou girando loucamente no chão após ser abatido e mesmo o protagonista sofre com isso.

X-Men Origins: Wolverine

No entanto, o que mais me desanimou na aventura é a falta de variedade. Além dos inimigos se repetirem à exaustão, o mesmo acontece com os chefes, que parecem terem sido colocados ali apenas para fazer volume e o tamanho muito extenso das fases também faz com que a história se desenrole muito vagarosamente. Há algumas passagens interessantes, é verdade, mas no geral, tudo me pareceu um tanto monótono.

[one_half]  [box type=”warning”]O que no início parecia muito divertido acabou me deixando com a sensação de que continuar me dedicando ao X-Men Origins: Wolverine seria uma tarefa dolorosa.[/box] [/one_half]

Quanto a jogabilidade, X-Men Origins: Wolverine deverá agradar principalmente aqueles que gostam de títulos no estilo God of War, mas novamente recaímos na repetição e vale citar que a violência no game do herói da Marvel pode impressionar até aqueles que estão bastante acostumado com isso, com cabeças e membros de inimigos voando para todos os lados, sem falar nas feridas do protagonista, que deixam seus órgãos expostos e aos poucos vão se regenerando.

Na minha opinião, o grande destaque positivo do jogo se dá na parte visual, onde a Unreal Engine 3 novamente mostra um ótimo resultado e além dos personagens muito bem construídos, não há como deixar de notar os vastos cenários, embora eles demorem um pouco para mostrar alguma variação.

Por fim, eu odeio largar um game pela metade, mas há certas situações em que continuar jogando se torna algo tão entediante que talvez o melhor a ser feito é deixá-lo de lado e o X-Men Origins: Wolverine infelizmente é um deste caso. Eu tentei, mas acho que vou aproveitar meu tempo encarando um título que me dê mais prazer.

[button link=”#” type=”icon” icon=”notice”]Prós e Contras: [/button][one_half] [custom_list type=”check”]

  • Mais uma boa utilização da Unreal Engine 3
  • Belos cenários
  • Personagem bem retratado

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  • Bugs, bugs e mais bugs
  • Extremamente repetitivo
  • História contada num ritmo muito lento

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.