Na última semana de 2012 eu recebi um convite que me deixou muito feliz, escrever uma coluna sobre games para o jornal O Campolarguense, publicação distribuída gratuitamente na cidade onde moro e voltada principalmente à cultura.

Como sempre defendo a ideia de que os jogos eletrônicos podem ser uma ótima maneira de levarmos um pouco de conhecimento às pessoas, aceitei o desafio sem pensar duas vezes e desde então venho falando um pouco sobre o assunto por lá.

Acontece que muitos amigos espalhados pelo Brasil viviam me pedindo para ler esses textos e após conversar com os responsáveis pelo jornal, eles autorizaram a replicação desses artigos por aqui. Sendo assim, farei o possível para toda semana trazer um deles para cá e sem mais delongas, aqui vai a minha estreia, publicada na edição de janeiro.
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Manhunt 2 é um dos jogos mais violentos já criados

Para falarmos do início dos videogames precisamos voltar ao final dos anos 50, época em que pesquisadores perceberam que poderiam utilizar radares e enormes computadores para se divertirem, mas foi apenas em 1971 que o primeiro jogo começou a ser comercializado e desde então a indústria cresceu até se tornar um dos ramos mais lucrativos do entretenimento.

Tamanho crescimento obviamente chamou a atenção de investidores de todo o mundo e com o avanço da tecnologia, os jogos deixarem de ser apenas alguns quadrados na tela para representar com grande realismo as mais diversas situações, incluindo a violência e isso fez com muitas pessoas questionassem se eles não estariam desvirtuando a juventude.

Contudo, se alguns estudos indicam que a sociedade tem com o que se preocupar, muitas outras pesquisas eliminam qualquer tipo de relação entre jogos violentos e comportamentos nocivos, sugerindo que há vários outros fatores nessa equação que devem ser considerados e o fato de o ser humano tomar atitudes violentas muito antes dos videogames surgirem serve para nos mostrar isso.

Seja como for, o que muitas vezes os críticos dos jogos eletrônicos não costumam valorizar é o enorme potencial que a mídia tem para educar e levar conhecimento para os seus usuários e o realismo citado anteriormente também permitiu que os autores usassem os games  como uma forma de disseminação cultural, incentivando os jogadores a conhecerem novas línguas, costumes e acontecimentos históricos.

Isso pode até parecer um tanto utópico, mas o ideal é que as pessoas tenham um certo discernimento sobre o que estão consumindo e entendam que aquilo o que é mostrado em um videogame não passa de ficção, assim como nos livros, no cinema ou mesmos nas novelas, nos ajudando a aumentar nossa bagagem cultural ou em alguns casos, simplesmente não passar de entretenimento descartável.

Portanto, cabe ao leitor decidir sobre em que lado dessa discussão ele prefere se colocar, no dos que enxergam um copo meio cheio, ou entre aqueles que o encararam como meio vazio.

http://www.vidadegamer.com.br
Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.