Assim como nos filmes ou nos livros, uma das maiores virtudes dos games é a sua capacidade de nos transportar para mundos fantásticos e como se trata de uma mídia interativa, talvez não exista nenhuma outra forma de entretenimento que consiga nos fazer sentir tão imersos quanto os jogos eletrônicos.

Para quem cresceu ouvindo histórias de lobos maus e príncipes encantados – ou seja, quase todos nós – torna-se quase impossível não se sentir atraído pelos universos que nos são propostos nos games e essa provavelmente é a explicação para tantas pessoas adorarem passar algumas horas diante da televisão assumindo o controle de personagens que vivem em mundos tão diferentes do nosso.

alice

Alice no País das Maravilhas, pela visão do game designer American McGee.

No fundo, jogar videogame é ter a possibilidade de ser transportado para outra realidade, é fugir um pouco das nossas obrigações diárias, esquecer por um momento os problemas com os quais temos que lidar a todo instante e acima de tudo, é poder sermos mais fortes, mais rápidos e até mesmo, mais importantes. Enfim, é estarmos de fato no controle das ações.

Mas se outras maneiras de se contar uma história também podem nos levar para inesquecíveis mundos alternativos, apenas os videogames possuem a característica de nos colocar como protagonistas desses enredos, permitindo que o jogador se torne um deus grego, um super-herói ou um soldado com a responsabilidade de mudar toda uma guerra, nos dando o poder de influenciar os acontecimentos e em muitos casos, nos possibilitando seguir o caminho do bem ou mesmo de nos tornarmos o vilão.

Tal constatação pode parecer um pouco assustadora, mas o fato é que assim como em qualquer outra obra de ficção, temos que levar em consideração que aquilo que vemos num jogo não deve ser considerado a realidade e possivelmente é esta liberdade que tem feito com que mesmo aqueles que nunca deram muita atenção aos games comecem a enxerga ali uma ótima maneira de conhecer novos “contos de fada”.

Este é mais um artigo que escrevi para o jornal O Campolarguense e que foi publicado na edição de março de 2013. Os textos anteriores podem ser encontrados aqui:

http://www.vidadegamer.com.br
Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.