Darius Cozmic Collection

Para muitas pessoas, o primeiro contato com os videogames se deu através dos “jogos de navinha”, ou shoot ‘em ups. Bastante populares na década de 80 e 90, esses games deram origem a diversas franquias bastante populares e para quem cresceu naquela época, é muito bom poder revisitar o passado através dos pacotes Darius Cozmic Collection (Arcade e Console Editions).

Nascida nos arcades em 1987 (apesar da tela título mostrar 1986), a série Darius pode não ter se tornado tão popular no ocidente quanto a R-Type ou a Gradius, mas para mim, ao lado destas outras ela faz parte do que gosto de chamar de “Santíssima Trindade” do gênero. Com a máquina sendo bastante rara por aqui, ela se destacava por ser composta por três monitores, o que além de lhe deixar com um aspecto imponente, ainda afetava diretamente a jogabilidade com progressão horizontal.

Pode não parecer, mas apenas jogando temos a real noção de como um maior “campo de batalha” faz com que tenhamos que calcular melhor os nossos disparos, já que eles demorarão muito mais tempo para atravessar todo o caminho até os inimigos. Por outro lado, isso também nos dá um maior tempo para reagirmos aos ataques, mas não pense que por isso o desafio será menor.

WARNING -A Huge Battleship is Approaching Fast-

Mas apesar daquele impressionante gabinete ou da lendária nave Silver Hawk, se tem uma característica pela qual a franquia sempre será lembrada, é pelo seus chefes em formato de peixes ou criaturas aquáticas. Idealizados por Akira Fujita, esses inimigos acabaram se tornando ícones dos shmups, com a lendária frase que os antecedia sendo conhecida até por muitas pessoas que nem gostam do gênero.

Por falar nisso, os enormes inimigos que protegiam o fim dos estágios (aqui chamados de Zonas) ocupavam boa parte da tela e foi a maneira encontrada por Fujita para deixar a experiência mais emocionante. Algo que também contribuía para tornar os confrontos mais legais era o fato de que os chefes possuíam partes que poderiam ser destruídas antes deles serem derrotados, como por exemplo os tentáculos de uma lula — ou ainda a possibilidade de escolher qual estágio encarar na sequência.

Além disso, como todo bom shoot ‘em up, Darius também contava com power-ups que eram liberados após derrotarmos certos inimigos. O interessante aqui é que além da orbe vermelha que deixava nossos disparos mais fortes, ainda tínhamos uma verde que melhorava nossas bombas e uma azul, que nos garantia um escudo protetor. Havia ainda dois outros tipos de orbes que só apareciam quando acertávamos certas partes do cenário: a cinza e a dourada, que respectivamente nos dava um bônus de pontos e limpava todos os inimigos da tela.

Com o passar dos anos, a série ganhou uma grande quantidade de continuações e adaptações para diversas plataformas, com o último lançamento tendo sido o ótimo Dariusburst Chronicle Saviours, que saiu em 2015.

Duas coletâneas — mas não pelo preço de uma

Mas seja você um apaixonado pelos primeiros capítulos da franquia, seja alguém que adoraria conhecê-los, a boa notícia é que tanto o PlayStation 4 quanto o Nintendo Switch acabam de receber duas coletâneas dedicadas a eles, sendo uma com os jogos que saíram para consoles e outra para aqueles que apareceram nos fliperamas.

O grande problema é que apesar de cada uma delas trazer diversas versões, na verdade não temos tantas opções assim, já que muitas são apenas variações de um mesmo título. No caso da coletânea sobre as máquinas caseiras, teremos seis jogos e nove versões. Já nos arcades a oferta é ainda menor, sendo quatro títulos e sete versões.

Sobre o que encontraremos em cada pacote pacote, as listas são as seguintes:

Darius Cozmic Collection Console Edition Darius Cozmic Collection Arcade Edition
  • Darius II (Mega Drive, versão JP)
  • SAGAIA (Sega Genesis, versão US)
  • SAGAIA (Master System, versão EU)
  • Darius Twin (Super Famicom, versão JP)
  • Darius Twin (Super NES, versão US)
  • Darius Force (Super Famicom, versão JP)
  • Super Nova (Super NES, versão US)
  • Darius Alpha (PC Engine, versão JP)
  • Darius Plus (PC Engine, versão JP)
  • Darius (Arcade, versão original)
  • Darius (Arcade, nova versão)
  • Darius (Arcade, versão extra)
  • Darius II (Arcade, versão Dual Screen)
  • SAGAIA (Arcade, ver.1)
  • SAGAIA (Arcade, ver.2)
  • Darius Gaiden (Arcade)

Sim, é bacana poder comparar como as versões do primeiro Darius se comportavam no PC Engine, no Mega Drive ou no Master System, inclusive com as quedas nos frames neste último caso. Porém, existe algo que torna a aquisição destas duas coletâneas praticamente inviável, que é o preço bastante salgado cobrado por elas.

No caso da Arcade Edition, no PlayStation 4 será preciso desembolsarmos R$ 186,90 (US$ 44,99); com a Arcade Edition saindo ainda (bem) mais caro, por R$ 323,90 (US$ 77,99). Tudo bem, são diversos títulos que poderão lhe render várias horas de diversão e desafio, mas não há como concordar com este valores e deixar de achar que a TAITO perdeu a mão quando definiu quanto elas deveriam custar.

Mesmo assim, se tivesse que escolher entre uma das duas, eu ficaria com aquela dedicada aos fliperamas. Além de trazer as melhores versões dos jogos, é muito legal poder encarar o primeiro Darius como se estivéssemos jogando em três monitores (apesar da imagem ficar consideravelmente pequena) e principalmente, por apenas nela termos acesso ao excelente Darius Gaiden.

Mas independentemente de qual escolher, saiba que com o Darius Cozmic Collection a M2 mais uma vez fez um excelente trabalho quando se trata da emulação. Desde os gráficos, jogabilidade e trilhas sonoras mantidos exatamente como eram nas versões originais, até o cuidado para recriar os parafusos que prendiam o manual nos gabinetes do fliperama, o nível de atenção empregado por este estúdio é algo de cair o queixo.

Só é uma pena que os valores cobrados impedirão muitas pessoas de conhecer ou rejogar esses clássicos, porque de uma coisa não tenho dúvida: são jogos que merecem a nossa atenção e toda a reverência que pudermos lhes fazer.

https://youtu.be/6MAF1Mxx8N8

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.