Como corresponder à expectativa dos fãs ao recriar um jogo que marcou época? Esta certamente é uma pergunta que os desenvolvedores devem se fazer a todo momento enquanto utilizam as novas tecnologias para revisitar um clássico e com a nova versão do Flashback: The Quest for Identity descobrimos que o saudosismo é realmente um sentimento perigoso.
Desenvolvido pela VectorCell e contando com a participação de seis profissionais que trabalharam na criação do original, entre eles o diretor Paul Cuisset, o remake é uma tentativa de melhorar algo que já era muito bom, mas que como era de se esperar, passa longe disso.
Aproveitando muitas das características presentes no jogo lançado em 1992, como a jogabilidade em duas dimensões, o bom enredo e uma ótima trilha sonora que só se faz presentes nos momentos mais importantes, o jogo tenta se atualizar ao introduzir elementos como a evolução do personagem, diálogos dublados e um roteiro mais elaborado, mas é justamente aí que ele derrapa.
Em relação a parte visual, há de se reconhecer que a Unreal Engine 3 ajudou o estúdio a fazer um ótimo trabalho, mas desde o início me incomodou a sensação de que no original a movimentação de Conrad era mais realista do que nesta nova versão, o que é no mínimo irônico.
Apesar de todos esses problemas, não diria que o novo Flashback é um jogo ruim. Ele pode até não estar no mesmo patamar do clássico lançado há mais de 20 anos, mas nem por isso o consideraria desprezível e penso que tenha seus méritos, nem que seja para apresentar à nova geração um dos melhores jogos já feitos.
Como um grande fã do Flashback: The Quest for Identity, acho que vale a pena conhecer o seu remake, até para constatarmos o quão espetacular era aquele jogo e o quanto a frente do seu tempo ele estava.