Assim como deve ter acontecido com a maioria, o meu primeiro contato com o Portal foi meio sem querer. Após ter adquirido o Orange Box por causa do Half-Life 2 e suas expansões, dei uma chance ao jogo da Valve e me surpreendi com a sua brilhante mistura de jogo de tiro em primeira pessoa com quebra-cabeças.

Quando a produtora anunciou que estaria trabalhando numa sequência para o jogo, criei uma certa expectativa, mas ela só aumentou realmente depois do seu lançamento e dos inúmeros elogios que o Portal 2 recebeu. Eis que ontem terminei a campanha principal e pude comprovar que este é sem dúvida um dos jogos mais espetaculares que já tive o prazer de jogar.

Não digo isso por causa de grandes inovações na jogabilidade ou num imenso salto de qualidade nos gráficos, embora a adição dos géis e a campanha muito maior sejam bem vindos, assim como a comprovação de que a Valve consegue melhorar consideravelmente a engine Source de um jogo para outro, entregando aqui efeitos de iluminação mais bonitos e cenários muito mais amplos e variados.

No entanto, o que diferencia o Portal 2 da maioria dos jogos é a maneira como os criadores consegue contar de forma genial a sua história, oferecendo reviravoltas marcantes, revelando detalhes sobre a criação da Aperture Science – inclusive com informações pelo cenário, marca registrada da desenvolvedora – e acrescentando novos personagens carismáticos, mas nesse aspecto não há como não mencionar a inteligência artificial GLaDOS.

Nesta sequência a personagem está ainda mais marcante que no anterior e o papel da vilã no jogo ao nos humilhar acrescenta muito à carga dramática, ora nos fazendo sentir raiva dos seus comentários, ora sendo capaz de nos fazer esboçar leves sorrisos devido a construção inteligente empregada em seus monólogos.

Recentemente uma pessoa me disse não ter gostado do Portal 2 por achar que ele não passar de uma repetição de puzzles parecidos, mas mesmo que eu concordasse com esta opinião, para mim a narrativa do jogo já seria suficiente para considerá-lo imperdível e o trabalho realizado pela Valve ao contar a história do jogo deveria servir de exemplo para muitos criadores de games.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.