Para o alto e avante!
Update: Adicionada a vídeo-análise no final do texto.
Na metade de 2014 os brasileiros da Cyber Rhino Studios foram ao Kickstarter para tentar financiar a produção de seu jogo e graças ao apoio de 480 pessoas, aproximadamente um ano depois eles nos trazem o Gryphon Knight Epic.
Tendo como influência os clássicos Shoot ‘em ups, o título rapidamente chamou a atenção dos fãs por seus gráficos em forma de pixel art, mas após jogá-lo desde a versão beta e constatar a evolução por qual passou, posso dizer que há muito mais sob sua bela aparência.
Nele acompanharemos a saga de Sir Oliver, um cavaleiro que com a ajuda de amigos derrota um terrível dragão que ameaçava o reino. O que eles não poderiam imaginar é que as armas que levaram como espólio da batalha eram amaldiçoadas, fazendo com que o lado sombrio de cada um deles fosse despertado e caberá ao protagonista utilizar um amuleto para reverter a situação.
Tentando envolver o jogador com um enredo bem mais profundo do que nos acostumamos a ver no gênero, Gryphon Knight Epic também tenta se diferenciar ao adotar elementos de outros tipos de jogos, como por exemplo os RPGs.
Conforme avançamos pelos oito estágios (que podem ser jogados na ordem que quisermos) ganharemos moedas que poderão ser utilizadas na aquisição de itens ou na melhora das armas, equipamentos esses que serão adquiridos conforme derrotarmos os chefes, elemento claramente inspirado na série Mega Man.
No entanto, é exatamente este um dos pontos fracos do jogo, pois ao mesmo tempo em que “tanta” profundidade agrada por trazer algo novo aos shmups, ela faz com que o ritmo do jogo seja bem mais lento do que vimos em títulos como R-Type e Gradius, já que passaremos boa parte do tempo lendo trechos da história ou navegando pela loja.
Outro detalhe que poderá desagradar algumas pessoas é o sistema de detecção de acertos no personagem, o famoso hitbox. O problema é que qualquer parte de Sir Oliver que for atingida o afetará e como o personagem é relativamente grande, será bem difícil passar ileso por algumas partes. Particularmente isso não me incomodou, afinal o jogo não é um bullet hell, mas entendo aqueles que não gostaram.
Também é preciso dizer que inicialmente o Gryphon Knight Epic recebeu algumas críticas por sua dificuldade desbalanceada, especialmente nos chefes e por o modo fácil não propor quase nenhum desafio, enquanto que no normal nossa missão seria bastante complicada. Porém, o estúdio tem feito ajustes através de constantes atualizações e issotem tornado o jogo bem melhor.
Embora eu goste muito de games neste estilo, não posso me considerar um típico jogador hardcore deles, o que talvez tenha me feito aproveitar o título sem me preocupar muito com alguns aspectos que incomodaram os mais exigentes, público que não parece ser o alvo da Cyber Rhino com esta criação.
Merecendo elogios por tentar trazer algo novo ao gênero, por sua trilha sonora que ajuda a criar a atmosfera de fantasia e por contar com gráficos muito bonitos feitos com os bons e velhos sprites, Gryphon Knight Epic talvez seja mais recomendado para quem não conhece muito os “jogos de navinha”, mas sua mistura de gêneros pode agradar mesmo aqueles que conhecem bastante o estilo e estão a procura de algo um pouco diferente da típica ambientação futurista.
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