Lá se vai mais um ano e como já virou tradição aqui no Vida de Gamer, chegou o momento de olharmos para trás e relembramos o que de melhor (e o de pior) jogamos em 2021.
Para esta difícil missão reuni um grupo de pessoas pelas quais tenho muita admiração e por mais que eu possa parecer piegas, nunca conseguirei expressar em palavras a felicidade que sinto ao ver tanta gente aceitando o convite para participar desta seleção.
A novidade para os Melhores Jogos de 2021 é que a partir deste ano contaremos com uma nova categoria, a (Re)visitando o Passado. Eu sempre vejo algumas pessoas que sigo falando sobre títulos que elas estão curtindo, mas que foram lançados em anos anteriores e como também costumo fazer isso, acho que vale a pena celebrarmos os jogos que só descobrimos agora ou que continuam nos divertindo.
Sendo assim, abaixo você confere a lista daqueles que puderam participar desta edição e vamos aos indicados de cada um:
- Bruno Izidro (Start UOL / @espantalho555)
- Carlos Corrales (Delfos / @delfosnetbr)
- Christian Donatti (@C_Donatti)
- Claudio Prandoni (Terra /@cprandoni)
- Dori Prata (MeioBit / @DoriPrata)
- Emanuel B. Laguna (MeioBit / @Max_Laguna)
- Eric Arraché (Critical Hits / @ericarrache)
- Felipe Demartini (Canaltech / @demartinifelipe)
- Gilsomar Livramento (@outerheaven)
- Jessica Pinheiro (@jejepinheiro)
- Pedro Cardoso (Videogame Mais / @pedrocardoso_80)
- Ronaldo Gogoni (MeioBit / @RonaldoGogoni)
➧ Melhor Jogo Indie
É um plataforma 2D delicinha, do tipo que dá para matar em uma ou duas tardes, e que diverte muito em toda sua duração. Tem visual lindo, nomes de fases aliterados e um gameplay muito gostoso. Imperdível para fãs do gênero.
➧ Melhor Multiplayer
Claro, tivemos vários beat’em ups legais (Asterix & Obelix Slap’em All se destaca), mas nesses casos o cooperativo é só uma versão turbinada do single player. It Takes Two, como promete o nome, realmente precisa de dois. Foi criado desde o início para dois jogadores irem juntos do início ao fim, tornando-se então a experiência cooperativa mais elaborada de 2021. E o jogo é surpreendentemente muito legal também!
Além disso, o jogo me proporcionou momentos inesquecíveis na companhia do meu filho, mostrando que ainda há espaço para o bom e velho coop local.
➧ Melhores Gráficos
Kena: Bridge of Spirits apresenta tudo isso. É um jogo que me deixou boquiaberto com seu visual durante toda sua relativamente longa campanha. O nível de detalhes, de cores e de beleza generalizada é incrível considerando que ele foi criado por um time relativamente pequeno. O esforço dessa galera garantiu o cobiçado prêmio de jogo mais bonito do ano segundo eu mesmo.
➧ Melhor Trilha Sonora
Mas mesmo em músicas originais Guardians of the Galaxy se destaca. Afinal, a banda Star-lord, criada para o jogo, faz bem aquele estilo de rock pesado e divertido que eu costumo ouvir quase diariamente. E com muita qualidade.
Alguns podem argumentar que uma trilha licenciada não deveria entrar numa premiação como esta, mas só as músicas da banda Star-Lord já seriam suficiente para o jogo ao menos ser lembrado.
Já NieR Replicant ver.1.22474487139…, mesmo sendo um remake, veio com uma trilha sonora reimaginada e mais grandiosa, ainda que alguns fãs da versão original lamentem que a original não tenha sido incluída, não dá para não se emocionar com os novos temas, principalmente a nova versão da excelente Song of the Ancients.
➧ Melhor Enredo
É uma história emocional e emocionante, e por isso a que mais me marcou em 2021.
A aventura de Peter Quill, Gamora, Drax, Rocket e Groot para salvar a galáxia de um culto insano é cheio de momentos divertidos e emocionantes, muito bem amarrados e com uma conclusão bem executada, que deixa um ótimo gancho para uma sequência.
➧ Melhor Remake/Remasterização
Eu não gosto muito quando franquias famosas se rendem ao mundo aberto, mas como Bowser’s Fury é curtinho (dá para fazer 100% em uma tarde), não chega a enjoar, sendo prazeroso em toda sua campanha.
Tenho medo de o futuro grande jogo do Mario ser em mundo aberto e virar um checklist cheio de atividades repetitivas estilo Ubisoft, mas por enquanto Bowser’s Fury ainda é conciso o suficiente para ser um bônus delicioso para um remaster de um jogo que já é bem longo por si só.
NieR Replicant ver.1.22474487139… não é apenas um remake, mas uma expansão completa, com mais conteúdo vindo dos livros publicados posteriormente, numa roupagem que agrada mais ao jogador de hoje, e esperamos que sua boa recepção motive Taro a no futuro voltar seus olhos à série que originou a franquia NieR, Drakengard.
➧ Surpresa do Ano
Ele consegue essa façanha com um design de som impressionante e ótimos controles. A combinação desses dois pilares possibilita que você se sinta uma poderosa guerreira mesmo com a tela mostrando apenas bolinhas flutuantes. The Vale: Shadow of the Crown não foi o jogo que eu mais gostei este ano, mas foi sem dúvida o que mais me marcou.
Falando assim, o título pode parecer absurdamente sem graça, mas assim que começamos a tirar os objetos das caixas e tentamos encontrar onde guardá-los, entramos numa viagem sem volta, sempre querendo jogar apenas mais alguns minutinhos.
Somado a isso, há a jogabilidade com forte foco em cooperação e resolução de problemas individuais e coletivos entre May e Cody, em prol de voltarem a se entender e não magoarem sua filha Rose, em uma pegada lúdica muito próxima dos filmes da Disney Pixar.
➧ Decepção do Ano
Infelizmente, logo se torna extremamente repetitivo, graças a um level design fraco e excesso de chefes. Além disso, a dificuldade é ora fácil demais, ora difícil demais. Acaba sendo um exemplo de como mesmo um jogo de porrada precisa combinar boas mecânicas com bom level design. Se um desses pilares cai, o outro cai junto.
Em tempo, se você procura um bom hack and slash que saiu em 2021, recomendo Xuan Yuan Sword 7, que traz tudo que eu esperava encontrar em Ultra Age.
Os processos movidos contra Activision Blizzard, Ubisoft e outros grandes estúdios desencadearam uma reação em cadeia completa, com processos movidos por funcionários e ex-funcionários contra inúmeras outras companhias, ao ponto de que os investidores e acionistas, os que de fato controlam as empresas e o fluxo do dinheiro, estão começando a se incomodar.
Em 2022, é certo que mais denúncias contra estúdios grandes e pequenos deverão aparecer, o que é uma coisa boa, mostrando que os profissionais não mais ficarão calados e buscarão por seus direitos, pior para as empresas que não se emendarem.
➧ (Re)visitando o Passado
Desde então quis voltar aos Doom clássicos e em 2021 joguei todos eles: Doom, Doom II, Doom 3, Doom 64. O primeiro foi meu preferido. O motivo para isso foi sua estrutura. Ele é dividido em episódios relativamente curtos, que dá para matar em uma tarde. E entre as fases, você vê um mapinha com as que já passou e as que ainda faltam.
Isso dá uma sensação de progresso muito mais agradável do que o estilo Doom II e Doom 64, em que há mais de trinta fases seguidas, sem nenhuma demonstração de avanço ou de quanto falta para acabar. E vir dividido em pedaços facilmente digeríveis deixa tudo mais apropriado para um adulto com pouco tempo para jogar. Como cada episódio é quase como um jogo novo, dá para matar um hoje e voltar para o próximo alguns meses depois.
Some a isso o gameplay delicioso de Doom, a combinação espetacular entre gráficos e sons que deixa cada tiro altamente crocante, e a simples genialidade do level design. Com tudo isso, Doom não é apenas um dos jogos mais importantes da história dos games, mas um dos mais divertidos. E, em 2021, eu finalmente tive o prazer de jogá-lo do início ao fim. E foi um prazer enorme, e uma grande lição de história dos games.
Embora possa ser considerado um jogo de mundo aberto, este tem um foco muito maior na história e isso faz com que o seu enredo esteja facilmente entre os melhores já feitos para um videogame. Dos personagens memoráveis ao próprio tema (que adoro), a sensação é de estarmos participando de um bom filme sobre a máfia e a melhoria visual feita neste remake ajuda a tornar a experiência altamente recomendável.
Este não é um remake, é simplesmente um port de Scott Pilgrim vs. The World: The Game para os consoles mais recentes e PC, idêntico em todos os aspectos à versão original. O mesmo humor, decisões de design, personagens, jogabilidade, enfim, tudo o que fez deste um dos melhores brawlers já criados, enfim acessível a todos e ainda absurdamente divertido.
➧ Melhor Jogo de 2021
Some a isso o fato de plataforma 3D ser meu gênero preferido e meu já estabelecido apreço por jogos coloridos, bonitinhos e cheios de humor. Daí não sobrou pra mais ninguém, e Ratchet e Clank em uma Outra Dimensão foi a maior diversão que tive em 2021 com um controle nas mãos.
Some a isso uma trilha sonora fascinantes, uma direção artistica muito acima da média, um intrigante enredo e um modo multiplayer que também foge do lugar comum e pronto, temos não só um dos melhores jogos de 2021, mas dos últimos anos.
Escolhas feitas, agora deixo com vocês a possibilidade de votar nos seus favoritos, seja na enquete abaixo, seja nos comentários.