Talvez você não tenha percebido, mas os jogos de variados gêneros estão cada vez mais adotando elementos dos RPGs. Porém, se alguns defendem que essa fusão se tornará padrão na indústria, há 20, 25 anos isso estava longe de ser algo simples.

Algumas empresas até tentaram oferecer algum senso de progressão e complexidade em seus jogos de ação e aventura, mas na maioria das vezes o resultado esteve longe de ser satisfatório, até que surgiu a Quintet com um game para Super Nintendo que considero bastante subestimado, o ActRaiser.

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Podendo ser descrito como uma mistura de um simulador de criação de cidades, God Game e jogo de plataforma, ele contava a história de um deus derrotado que, após despertar de um longo sono descobre que a Terra foi dividida em seis partes e os humanos transformados em demônios.

actraiser-3Caberá então ao jogador tentar restaurar a ordem do local e para isso ele controlará um anjo e uma estátua. O que torna o ActRaiser bastante interessante é que sua jogabilidade é dividida em duas partes, sendo uma com visão área, onde teremos que gerenciar os reinos e fazendo com que os moradores voltem a nos adorar, e outra em que partiremos diretamente para a ação, funcionando como um típico jogo de ação/aventura.

O que surpreendeu muitas pessoas na época é que apesar das duas partes serem extremamente diferentes uma da outra, com o contraste ficando mais evidente em suas dinâmicas, tanto as fases de plataformas quanto as de estratégia eram muito divertidas, oferecendo muitas possibilidades e principalmente, nos fazendo ter a sensação de que éramos verdadeiros deuses.

Com uma boa dificuldade e gráficos que hoje podem ser considerados muito simples, o game brilhava em sua trilha sonora composta pelo gênio Yuzo Koshiro, que depois passaria a ser lembrado por suas fantásticas composições para a série Streets of Rage.

Eu perdi as contas de quantas horas passei diante da televisão encarando o ActRaiser, mas lembro de ter chegado ao seu final na época e de ter continuado jogando ele mesmo assim, desejando muito que a parte de simulação fosse transformada em um jogo separado, mas para a minhas tristeza, quando a sua continuação foi lançada, ela simplesmente ignorou a estratégia, sendo apenas mais um jogo de plataforma.

Sem que a franquia tenha feito um enorme sucesso mesmo quando chegou ao mercado, acho pouco provável que alguém resolva ressuscitá-la hoje em dia, portanto resta torcer para que algum estúdio indie encare a missão de fazer algo no estilo daquele jogo distribuído pela Enix e que tanto me divertiu.

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[alert variation=”alert-info”]A coluna Relembrando nasceu lá no Meio Bit e a intenção com ela era falar sobre jogos antigos que eu adoro. Agora ela será publicada aqui, todas as semanas, mas a intenção é dar uma visão mais intimista sobre os games, contando situações pessoais que me fazem lembrar desses clássicos e que por vezes poderão ter a total veracidade dos relatos comprometida pela minha memória.[/alert]

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.