Muito antes de jogos como Demon’s e Dark Souls ganharem as manchetes por oferecerem um desafio elevado aos jogadores, aqueles que cresceram nas décadas de 80 e 90 já sofriam contra demônios, monstros e todo o tipo de seres sobrenaturais, tudo graças a um jogo chamado Ghouls ‘n Ghosts.
Nascido da mente de Tokuro Fujiwara e sendo continuação direta do Ghosts ‘n Goblins, o título contava a história de um cavaleiro chamado Arthur, que novamente deveria sair à procura da Princesa Prin Prin, que desta vez havia sido raptada por ninguém menos do que o próprio Lúcifer.
Com a jogabilidade típica de um run & gun, o jogo trazia como maior novidade o fato do personagem poder atirar em quatro direções, mas uma das suas principais características havia sido mantida: as muitas armas que poderíamos utilizar para derrotar o mal.
De fato, um dos segredos do Ghouls ‘n Ghosts era escolher sabiamente qual tipo de tiro poderíamos disparar, já que eles eram bastante diferentes entre si e se determinados trechos das fases eram bem difíceis, encará-los com a arma errada tornava a missão quase impossível.
Contudo, se não bastasse toda a dificuldade que tínhamos pela frente, o jogo ainda guardava um segredo digno que enfurecer qualquer pessoa que tentasse chegar ao seu final. Acontece que ao derrotar o último chefe recebíamos a mensagem de que precisaríamos do poder de uma deusa, o que nos transportava para o início do jogo e então teríamos que percorrer todo o caminho novamente.
Ghouls ‘n Ghosts foi certamente um dos melhores games que tive o prazer de jogar no Mega Drive, mas também um dos mais traumatizantes, pois tive que suar muito para chegar a o que imaginava ser o seu final e quando isso aconteceu, descobri que teria que fazer tudo de volta. Desde aquele dia nunca mais me dispus a repetir a façanha – que dolorosamente representava apenas a metade do caminho – e por isso, sempre que se fala em jogos difíceis faço questão de lembrar a saga de Arthur.
Mesmo com poucas pessoas tendo chegado ao seu final, Ghouls ‘n Ghosts merece ser lembrado como um dos jogos mais emblemáticos daquela época, com a trilha sonora composta por Tamayo Kawamoto ainda ecoando na mente de quem o experimentou e felizmente a Capcom tem tentando manter viva a sua história.
Além do seu protagonista ter aparecido em diversos jogos e da franquia ter dado origem a outras séries, como a Demon’s Crest e Maximo, em 2006 o PSP recebeu com exclusividade o excelente Ultimate Ghosts ‘n Goblins, game que pode não apresentar o mesmo nível de dificuldade daqueles lançados para as gerações 8 e 16 bits, mas que é muito divertido. Isso sem falar em dois lançamentos para smartphones e tablets.
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