Lá pelo final de 1994 eu ainda passava boa parte das minhas tardes jogando no meu querido Mega Drive e num belo dia, resolvi ir até a locadora que frequentava perto de casa para pegar algum jogo diferente.
Chegando no lugar notei um certo burburinho entre a molecada e qual foi minha surpresa ao descobrir que os caras haviam adquirido um 3DO, o videogame mais poderoso da época.
Ver aquele console funcionando era o mesmo que presenciar o futuro. Gráficos muito superiores aos encontrados nos aparelhos 16-bits, som cristalino e uma leva de novas franquias que nunca poderiam ter sido lançadas anteriormente. Entre elas, uma chamou a minha atenção. Seu nome? Road & Track Presents: The Need for Speed.
Carregando consigo o título de uma conceituada revista automobilística, além de trazer gráficos inacreditáveis e o fantástico ronco do motor daqueles carros de luxo, o jogo da Electronic Arts nos colocava em corridas em circuitos e estradas, mas foram essas últimas que realmente me conquistaram por oferecerem disputas extremamente emocionantes e perigosas. Para mim, aquelas corridas clandestinas sempre passaram uma incrível sensação de realismo.
Eu sempre carreguei comigo a impressão de que o ponto alto do The Need for Speed era a tensão oferecida naqueles rachas, especialmente se jogássemos com a visão interna. Como as pistas possuíam tráfego, fazer uma ultrapassagem era de tirar o fôlego e como tínhamos apenas algumas poucas “vidas” para concluir o percurso, era fundamental calcular bem a hora de nos atirarmos na pista contrária.
Eu não saberia dizer quanto dinheiro gastei para poder jogar durante apenas alguns minutos naquele 3DO, mas algum tempo depois, quando ganhei meu PlayStation, o jogo que levei para casa era a versão do The Need for Speed para este console e enfim pude apreciá-lo sem limitações ou outras pessoas me incomodando.
Infelizmente ao longo dos anos a série deixou de oferecer essa sensação de sentirmos medo por bater e mesmo imaginando que o primeiro capítulo dessa franquia não tenha envelhecido bem, um dia ainda comprarei uma cópia dele, nem que seja para deixar guardada na estante.