Muito antes das megacorporações começarem a ditar as regras da indústria de games e antes mesmo dos zumbis se tornarem os inimigos número 1 dos jogos eletrônicos, a LucasArts fugiu da receita Adventures/Star Wars e presenteou o mundo com uma de suas melhores criações, o Zombies Ate My Neighbors.
Com algumas dezenas de fases e seu enredo claramente inspirado nos filmes B de terror, aquele jogo lançado para Mega Drive e Super Nintendo nos colocava numa missão quase impossível: fazer com que dois adolescente, Zeke e Julie, lutassem contra uma horda de monstros para salvar sua vizinhança.
Se fosse lançado hoje e sua produção ficasse a cargo de outra desenvolvedora, ZAMN provavelmente usaria todo o poder das máquinas atuais para entregar uma atmosfera sombria, abusando dos efeitos de iluminação para nos pregar os mais bobos sustos, mas como estava nas mãos do pessoal da LucasArts e pertencia a uma época em que a diversão estava acima de tudo, o jogo brilhou pelo bom humor.
Cheio de armas absurdas, belíssimos cenários multicoloridos e monstros hilários, era inevitável não darmos boas risadas com algumas situações, afinal, como levar a sério um bebê gigante que tentava nos esmagar? Porém, mesmo com todo o humor e essa pegada irreverente, o título foi mais um a sofrer nas mãos da censura, tendo inclusive sido chamado apenas como Zombies em alguns países.
Quanto a jogabilidade, Zombies Ate My Neighbors também impressionava por sua aparente simplicidade, já que tínhamos apenas que evitar os inimigos e salvar as vítimas espalhadas pelos estágios, para então prosseguirmos para o próximo. Contudo, a mecânica era extremamente viciante e os criadores ainda tomaram o cuidado de incluir alguns detalhes que tornavam tudo mais divertido, como por exemplo os vampiros morrerem mais facilmente se golpeados com um crucifixo e o mesmo valendo para os lobisomens e balas de prata.
Mesmo sendo extremamente divertido se jogado sozinho, grande parte do potencial de diversão do ZAMN só era desbloqueado quando o encarávamos na companhia de outra pessoa e eu sinceramente não saberia dizer quantas tardes perdi na companhia de amigos enquanto matávamos alguns monstros nesse clássico.
Curiosamente, apesar do jogo ter conquistado tanto a crítica quanto o público, ele não se mostrou um sucesso comercial, mas ainda assim uma continuação chamada Ghoul Patrol foi lançada para o videogame da Nintendo. O triste é que, com o fim da LucasArts as chances da franquia receber novos capítulos são mínimas e a esperança dos fãs é que o prometido filme sobre o jogo seja tão divertido quanto ele foi.
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[alert variation=”alert-info”]A coluna Relembrando nasceu lá no Meio Bit e a intenção com ela era falar sobre jogos antigos que eu adoro. Agora ela será publicada aqui, todas as semanas, mas a intenção é dar uma visão mais intimista sobre os games, contando situações pessoais que me fazem lembrar desses clássicos e que por vezes poderão ter a total veracidade dos relatos comprometida pela minha memória.[/alert]