Ao longo dos anos eu acabei desenvolvendo uma relação estranha com os jogos de estratégia. Ao mesmo tempo em que considero o gênero como um dos meu favoritos, sempre procuro evitar jogar algo assim e o motivo é a maneira como esses games costumam me prender. Então, com medo disso acontecer, inconscientemente acabo evitando o estilo.
Porém, quando soube que o Xbox One receberia uma versão do Sudden Strike 4, senti uma imensa vontade de ver como o jogo ficou no console, mesmo sem nunca ter jogado algo da franquia. Eis que depois de me dedicar um pouco a ele, pude constatar que a experiência é muito bacana, mesmo usando um controle.
Antes que você comece a me xingar, eu não cometerei o sacrilégio de dizer que jogar com um gamepad é tão confortável quanto usando um teclado e mouse, nem que o periférico dá a mesma agilidade da dupla tão adorada pelos PC gamers. Contudo, passada a estranheza inicial e a adaptação aos comandos, fui capaz de dar ordens às minhas unidades com relativa facilidade e até esquecer que estava jogando diante da TV, em um console.
Talvez o grande problema do Sudden Strike 4: European Battlefields Edition e do seu sistema de controles no Xbox One seja as várias combinações de botões que precisamos usar para dar algumas ordens. No calor da batalha nem sempre teremos muito tempo para verificar a interface ou até mesmo para pensar e com isso não serão raras as vezes em que mandaremos uma unidade fazer algo diferente do que queríamos.
Isso se torna ainda pior quando precisamos escolher grupos específicos, já que o raio de seleção é mostrado de forma circular e não como o retângulo que me acostumei a “desenhar” nos jogos para PC. No fim das contas, trata-se de uma questão de adaptação e após alguns minutos consegui me acostumar com o estilo.
Outro ponto do game que pode dividir opiniões é a sua dificuldade. Vencer uma partida no Sudden Strike 4: European Battlefields Edition tem se mostrado um grande desafio, com a inteligência artificial na maioria das vezes sendo impiedosa. Quem se incomoda em perder seguidas vezes provavelmente ficará bastante irritado, mas por outro lado, o nível de tensão que o jogo oferece tem me agradado muito.
É incrível a sensação que temos ao mandar nossas tropas avançarem pelos cenários, sem nunca sabermos se uma artilharia antitanque está oculta pela “névoa da guerra” ou se um grupo de soldados nos espera no interior de um prédio. Na minha opinião, isso aumenta muito a imersão e faz com que as partidas sejam bastante imprevisíveis.
Também vale citar a enorme quantidade de conteúdo presente nesta edição. Além dela trazer uma campanha principal, também teremos acesso às expansões Road to Dunkirk e Finland – Winter Storm, nos dando assim 32 missões para o modo single-player e a possibilidade de controlarmos mais de 120 unidades diferentes. O modo multiplayer ainda conta com 20 mapas, sendo três deles exclusivos para o console da Microsoft.
Eu não posso dizer que o Sudden Strike 4: European Battlefields Edition é um jogo perfeito, longe disso, mas o seu estilo me agradou muito e depois de passada a dificuldade inicial para me adaptar aos controles, fiquei feliz por ver algo assim ser lançado para um console. Isso posto, já vi que o temor em relação aos jogos de estratégia se confirmará, pois prevejo que passarei muitas e muitas horas nas empolgantes e desafiadoras batalhas deste título.