Vigil: The Longest Night

Depois de terem sido deixados de lado por muito tempo, os jogos no estilo Metroidvania conseguiram voltar com força total. Hoje o mercado está repleto de títulos assim e um dos últimos a aparecer, o Vigil: The Longest Night, consegue reunir muitos dos elementos que tornam o gênero tão especial, como mistérios para serem descobertos, uma jogabilidade desafiadora e um grande mapa para ser explorado.

Em Vigil: The Longest Night seremos Leila, uma guerreira que está voltando para a vila em que nasceu e que descobre que o lugar e os seus arredores foram tomados por um terrível mal. Com monstros espalhados por todos os lados e os moradores de Maye tendo sumido, a protagonista logo percebe que a sua irmã também está entre os desaparecidos e caberá à Vigilante a dura missão de encontrar quem ou o que causou tanta desgraça.

Assim como acontece em muitos jogos do gênero, o enredo do jogo não chega a ser um dos seus pontos altos, servindo mais como desculpa para sairmos por aí matando toda ameaça que se colocar no nosso caminho. Ainda assim, a desenvolvedora acertou ao propor uma atmosfera bastante sombria, já que a temática de terror costuma casar muito bem com o gênero.

O que ajuda a aumentar a imersão enquanto jogamos é a ótima trilha sonora composta por Jouni Valjakka, da banda Whispered, mas há ainda outro elemento que contribui imensamente para isso: a direção artística que segue o estilo conhecido como Arte Chinesa do Corte de Papel. Tendo como inspiração também o excelente Salt & Sanctuary, explorar o mundo de Vigil: The Longest Night é uma experiência marcante, com seus gráficos sendo tão lindos quantos assustadores.

Com cenários detalhados — mesmo com grande parte da aventura se passando durante a noite — e monstros grotescos surgindo a todo momento, o destaque vai para os chefes, que são geralmente enormes e visualmente repugnantes. Aqui é fácil perceber como o título foi influenciado por outro ótimo jogo, o Bloodborne, mas isso não quer dizer que falte personalidade à criação da Glass Heart Games.

Ainda na parte técnica, também merece elogios a animação dos personagens, especialmente da protagonista. Movendo-se com naturalidade pela tela, Leila parece dançar enquanto usa suas armas para fatiar demônios, com a fluidez de seus movimentos estando entre as melhores que já vi em uma jogo 2D. O mesmo vale para os chefes, numa demonstração de como os títulos com visão lateral podem ser tão bonitos.

Um mundo vasto e cruel

Para quem está habituado com o gênero Metroidvania, isso não chega a ser surpresa, mas a verdade é que explorar o mundo de Vigil: The Longest Night é fazer uma longa viagem. Repleto de segredos e passagens secretas, o mapa do jogo está sempre nos incentivando a vasculhar cada canto, com a sensação de satisfação ao chegarmos numa área que antes parecia inalcançável sendo enorme. Isso se deve ao ótimo trabalho que o estúdio fez na parte do level design, com o mapa estando todo interligado e em algumas parte oferecendo diversos caminhos para serem seguidos.

Já em relação aos combates, aqui teremos acesso a quatro tipos de armas: espadas, arcos, punhais e alabardas. O detalhe é que Leila poderá andar com três delas aos mesmo tempo, com a troca podendo ser feitas de maneira rápida e natural. E como você já deve ter imaginado, cada arma oferece um tipo diferente de ataque e defesa, sendo eles:

  • Espadas: podem ser utilizadas para bloquear ou desviar ataques, além de realizar golpes finalizadores.
  • Alabardas: permitem a execução de golpes mais fortes, após carregá-los.
  • Arcos: aceitam diversos tipos de flechas, como incendiarias ou com veneno.
  • Punhais: nos permitem quebrar a defesa dos inimigos.

Vigil: The Longest Night ainda conta com sistema de evolução tanto para as armas quanto para os itens que compõem a nossa armadura, que por sinal, além de nos dar melhorias na parte defensiva, alteram o visual da personagem. Já Leila ganhará pontos de experiência após derrotar os inimigos, com cada nível que alcançarmos nos dando um ponto de habilidade. Ao todo temos cinco árvores de habilidade, o que nos garantirá acesso a novos movimentos e nos permitirá aumentar a resistência ou a barra de energia.

A mais longa das noites

Embora não conte com um enredo muito interessante e apresente alguns bugs estranhos (como eventuais problemas para jogar com controle no PC), Vigil: The Longest Night é um ótimo Metroidvania, com uma jogabilidade sólida e gráficos muito bonitos. Nele temos bastante conteúdo e uma liberdade de customização da personagem que não costumamos ver em jogos do estilo.

Se você gosta da mistura de RPG com jogo de plataforma 2D, vale muito a pena dar uma chance a este ótimo título, especialmente se gostou do Salt & Sanctuary.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.