Enquanto algumas empresas parecem fazer questão de ignorar seus passados, outras tem aproveitado o saudosismo do público para lucrar com jogos lançados há muitos anos. Isso tem nos permitido revisitar vários clássicos, com algumas coleções se mostrando quase obrigatórias. Infelizmente, esse não é o caso da Wonder Boy Collection.
- Imp of the Sun — Eclipse e o diabrete na terra do Sol
- Flat Kingdom: Paper’s Cut Edition — ♫ Numa folha qualquer…
Disponível para Nintendo Switch e PlayStation 4, a coletânea publicada através de uma parceria entre a ININ Games e Bliss Brain traz quatro capítulos da franquia que teve início em 1986: o Wonder Boy (1986), Wonder Boy in Monster Land (1987), Wonder Boy in Monster World (1991) e Monster World IV (1994). Pois é aí que começam os problemas.
Ao olhar para lista, os fãs notarão a ausência de títulos como Wonder Boy III: The Dragon’s Trap e Wonder Boy III: Monster Lair, além do mais recente Monster Boy and the Cursed Kingdom. Isso para não citar as versões produzidas pela TecToy no Brasil, que ambientaram as aventuras no universo da Turma da Mônica e que seriam ótimas adições à coleção.
Algo que também poderá desagradar algumas pessoas é o fato de que no caso dos dois primeiros jogos, teremos acesso apenas as versões criadas para os fliperamas. Embora elas fossem visualmente superiores ao que tínhamos no Master System, foi nesse console em que muitos tiveram contato com a série e por isso considero importante que tivéssemos a opção de escolher jogar os originais ou as adaptações.
Outro ponto que merece ser criticado é o conteúdo adicional presente no Wonder Boy Collection. Quando se trata de um pacote assim, sempre espero algum material que vise agradar os fãs, como um lugar para ouvir as músicas dos jogos, entrevistas com os criadores e artes conceituais. Porém, aqui você só encontrará algumas ilustrações, demonstrando a falta de empenho por parte das pessoas envolvidas na produção.
Também não espere novidades em relação às emulações. O sistema se limitará a nos permitir retroceder a jogatina para corrigirmos eventuais erros ou salvar o progresso a qualquer momento. Também teremos acesso aos já tradicionais filtros para imitar a tela de uma televisão CRT ou esticar a imagem para ocupar todo o espaço e será apenas isso.
Quanto aos jogos em si, a minha maior memória afetiva é com o Wonder Boy in Monster World, mais precisamente com o Turma da Mônica na Terra Dos Monstros. Eu o joguei muito quando foi lançado e ainda o considero um dos melhores jogos de plataformas da época, com os seus elementos de RPG tornando a experiência muito mais imersiva.
Mas como dito anteriormente, em Wonder Boy Collection teremos acesso apenas à versão original e se isso não for um impeditivo para você, ao menos é bom saber que aquele título continua tão divertido quanto antes.
Contudo, não considero que a coleção seja recomendável, mesmo para os maiores fãs da série. São muitas ausências importantes, conteúdo adicional pouco relevante e um preço bastante salgado (R$ 139,99 no Switch). É triste afirmar isso, mas essa é uma coleção dispensável.