O Wii pode não ter se mostrado o consoles que muitos jogadores mais experientes queriam, mas eu sempre tive a impressão de que no futuro ele será lembrado como um dos pontos altos da indústria.
O revolucionário sistema de controles do videogame da Nintendo foi o principal responsável por trazer muitos jogadores novos para os games, pessoas que nunca imaginaram que um dia se renderiam à esta forma de entretenimento e ele ainda nos permitiu experimentar os jogos de maneiras muito diferentes das que estávamos acostumados.
Então, quando a fabricante anunciou o The Legend of Zelda: Skyward Sword e revelou que o título seria compatível com o MotionPlus, versão melhorada do controle com sensores de movimentos do Wii, fiquei bastante curioso para saber como uma detecção mais precisa poderia influenciar na jogabilidade de uma das minhas séries favoritas.
Devido a falta de tempo e a enorme quantidade de jogos na fila para serem experimentados, fui adiando esse momento por bastante tempo, até que recentemente decidi colocar o game no meu Wii U e já com quase duas dezenas de horas tendo se passado dentro dele, tenho convivido com sentimentos conflitantes em relação aos controles desse The Legend of Zelda.
Por um lado, tenho adorado a maneira como a Nintendo mais uma vez soube extrair o máximo dos recursos dos seus consoles, com o sensor de movimentos sendo utilizado desde o controle da ave que serve como meio de transporte sobre os céus de Hyrule, até a solução de pequenos quebra-cabeças, como o encaixe da chave que abre a porta para os chefes que protegem os calabouços.
Temos ainda a parte dos combates, onde o Link reproduz na tela exatamente os movimentos que realizarmos com o MotionPlus, ou seja, se fizermos um corte na diagonal, será assim que o personagem movimentará sua espada, com o mesmo valendo para qualquer direção que quisermos golpear.
Porém, se num primeiro momento isso parece algo genial, logo percebemos que as batalhas se resumirão a movimentarmos freneticamente o controle, já que raramente os inimigos exigem alguma estratégia mais elaborada ou movimentos dignos de fazer inveja a um samurai.
É claro que isso acontece para que o jogo não seja muito complicado nem fisicamente extenuante, mas ainda assim é possível sentir um pouco de dor nos braços após sessões mais longas de jogatina e tamanha simplicidade me fez pensar na real utilidade de um controle como esses.
Sim, o recurso é muito legal, faz com que a jogabilidade ganhe uma certa variedade e de certa forma até serve para justificar a existência do sensor de movimentos, mas será que o Skyward Sword seria um jogo pior se funcionasse com um controle “normal”? Pois acho que não.
Para mim, a série The Legend of Zelda sempre se tratou da aventura em si, sobre ganharmos acessórios que serão utilizados para solucionarmos os quebra-cabeças que surgirem na sequência e isso nunca dependeu de um sistema de controle diferente, o que me faz achar que o MotionPlus foi uma bela adição ao jogo, mas não algo que deve ser considerado o protagonista.
Por ser um grande fã da saga, minha meta é continuar jogando até ver os créditos finais, mas admito que preferia estar fazendo isso com o conforto de uma controle mais tradicional, mesmo que assim eu nunca tivesse que ficar sacudindo o braço diante da TV ou apontando o controle para tela apenas para dizer para onde o besouro teleguiado deveria ir. Repito, tudo isso é divertido, mas apenas na primeira ou segunda vez que usamos, com a sensação logo passando a ser se tratar de mera perfumaria.
Como a viagem até o desfecho do Skyward Sword será longa, só consigo pensar no MotionPlus, no PlayStation Move, no Kinect, no HoloLens, nos dispositivos de realidade virtual e desejar que, por favor, não me impeçam de continuar jogando com um controle à moda antiga!
